A obra do
psicólogo ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças e é
uma das mais estudadas pela pedagogia contemporânea.
Lev
Semenovitch Vygotsky nasceu em 1896 em Orsha, pequena cidade perto de Minsk, a
capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia . Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições
econômicas, o que permitiu a Vygotsky uma formação sólida desde criança. Ele
teve um tutor particular até entrar no curso secundário e se dedicou desde cedo
a muitas leituras.
Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou,
mas acabou cursando a faculdade de direito. Formado, voltou a Gomel, na
Bielo-Rússia, em 1917, ano da revolução bolchevique, que ele apoiou. Lecionou
literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia -
área em que rapidamente ganhou destaque, graças a sua cultura enciclopédica,
seu pensamento inovador e sua intensa atividade, tendo produzido mais de 200
trabalhos científicos.
Em 1925, já sofrendo da tuberculose que o mataria em
1934, publicou A Psicologia da Arte, um estudo sobre Hamlet, de William
Shakespeare, cuja origem é sua tese de mestrado.
A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto
tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores
interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual.
Vygotsky
atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a
corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de
socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.
Os pontos principais defendidos por ele são:
- Segundo Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social, ou seja, de sua interação com outros indivíduos e com o meio.
- Para substancialidade, no mínimo duas pessoas devem estar envolvidas ativamente trocando experiência e ideias.
- A interação entre os indivíduos possibilita a geração de novas experiências e conhecimento.
- A aprendizagem é uma experiência social, mediada pela
utilização de instrumentos e signos, de acordo com os conceitos
utilizados pelo próprio autor.
- Um signo, dessa forma, seria algo que significaria alguma coisa para o indivíduo, como a linguagem falada e a escrita.
- A aprendizagem é uma experiência social, a qual é mediada pela interação entre a linguagem e a ação.
- Para ocorrer a aprendizagem, a interação social deve acontecer
dentro da zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que seria a distância
existente entre aquilo que o sujeito já sabe, seu conhecimento real, e
aquilo que o sujeito possui potencialidade para aprender, seu
conhecimento potencial.
- Dessa forma, a aprendizagem ocorre no intervalo da ZDP, onde o
conhecimento real é aquele que o sujeito é capaz de aplicar sozinho, e o
potencial é aquele que ele necessita do auxílio de outros para aplicar.
- O professor deve mediar a aprendizagem utilizando estratégias que
levem o aluno a tornar-se independente e estimule o conhecimento
potencial, de modo a criar uma nova ZDP a todo momento.
- O professor pode fazer isso estimulando o trabalho com grupos e
utilizando técnicas para motivar, facilitar a aprendizagem e diminuir a
sensação de solidão do aluno.
- Mas este professor também deve estar atento para permitir que este
aluno construa seu conhecimento em grupo com participação ativa e a
cooperação de todos os envolvidos
- Sua orientação deve possibilitar a criação de ambientes de participação, colaboração e constantes desafios.
- Essa teoria mostra-se adequada para atividades colaborativas e troca de ideias, como os modelos atuais de fóruns e chats.
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