Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em 1936. Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia genética ela continuou, estudando um campo que o mestre não havia explorado: a escrita.
A partir de 1974, Emilia desenvolveu na Universidade de Buenos Aires uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas em Psicogênese da Língua Escrita, assinado em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky e publicado em 1979.
Emília é hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora.
Emilia
Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu
nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas
descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na
investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela
criança – ou seja, de que modo ela aprende.
As pesquisas de Emília Ferreiro,
que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos
relacionados à leitura e à escrita. Tanto as
descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças
têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento – daí
a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática
escolar é transferir o foco da escola – e da alfabetização em particular – do
conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno.
O
livro-chave de Emilia, Psicogênese da Língua Escrita, saiu em edição brasileira
em 1984. As descobertas que ele apresenta tornaram-se assunto obrigatório nos
meios pedagógicos e se espalharam pelo Brasil com rapidez, a ponto de a própria
autora manifestar sua preocupação quanto à forma como o construtivismo estava
sendo encarado e transposto para a sala de aula.
Mas o construtivismo mostrou
sua influência duradoura ao ser adotado pelas políticas oficiais de vários
estados brasileiros. Uma das experiências mais abrangentes se deu no Rio Grande
do Sul, onde a Secretaria Estadual de Educação criou um Laboratório de
Alfabetização inspirado nas descobertas de Emilia Ferreiro.
Hoje, o construtivismo
é a fonte da qual derivam várias das diretrizes oficiais do Ministério da
Educação.
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